Reposicionei a cabeça do meu bebê e mesmo assim não melhorou: Por que isso acontece?

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Reposicionei a cabeça do meu bebê e mesmo assim não melhorou: Por que isso acontece?

 

Muitos pais se dedicam intensamente a reposicionar a cabeça do bebê para evitar ou tratar a assimetria craniana. Trocam o lado do berço, estimulam o tummy time, alternam o colo… e, ainda assim, percebem que a cabecinha não melhora como esperado.

Isso gera frustração, insegurança e muitas dúvidas.
Afinal, por que o reposicionamento nem sempre é suficiente?

Neste artigo, você vai entender os principais motivos.

O reposicionamento é importante mas nem sempre resolve sozinho

O reposicionamento é, sim, uma estratégia fundamental, especialmente nos casos iniciais de plagiocefalia posicional. Ele ajuda a:

  • Reduzir a pressão sempre no mesmo ponto do crânio
  • Estimular a alternância postural
  • Favorecer o desenvolvimento motor

Porém, nem toda assimetria craniana é causada apenas pela posição. Em muitos bebês, existem restrições mecânicas e funcionais internas que impedem a correção espontânea apenas com mudanças externas de posição.

Um dos principais motivos: tensões cranianas não liberadas

Durante o nascimento, forças importantes atuam sobre o crânio do bebê. Essas forças podem gerar tensões nas suturas cranianas, que nem sempre se liberam sozinhas.

Quando essas tensões permanecem, elas:

  • Limitam a mobilidade natural dos ossos do crânio
  • Mantêm o formato alterado, mesmo com reposicionamento
  • Criam padrões de compensação pelo corpo inteiro

Ou seja: você muda a posição externa, mas a restrição interna continua puxando o crânio para o mesmo padrão.

 

Torcicolo congênito: um vilão silencioso da assimetria

Outro fator extremamente comum é o torcicolo congênito, que muitas vezes é leve e passa despercebido.

Quando o bebê tem encurtamento ou restrição de mobilidade no pescoço, ele:

  • Prefere virar a cabeça sempre para o mesmo lado
  • Dorme sempre na mesma posição
  • Tem dificuldade de manter a cabeça na linha média

Nesses casos, o reposicionamento até é tentado, mas o próprio corpo do bebê volta para o padrão restrito, dificultando a melhora da assimetria.

 

Disfunções globais do corpo também interferem

A cabeça não funciona isolada do resto do corpo. Alterações na coluna cervical e torácica; pelve e região abdominal podem gerar cadeias de compensação que mantêm a assimetria craniana ativa mesmo com todos os cuidados posturais. Por isso, quando olhamos apenas para a posição da cabeça, podemos estar tratando apenas a consequência e não a causa.

Quando o reposicionamento não é suficiente?

Quando existe:

  • Assimetria moderada a grave
  • Torcicolo associado
  • Refluxo, cólicas ou irritabilidade
  • Dificuldade de sucção
  • Sono muito agitado
  • Atrasos motores iniciais

o reposicionamento sozinho raramente resolve.

O que realmente faz diferença nesses casos?

Nessas situações, a abordagem mais eficaz envolve:

  • Avaliação fisioterapêutica e osteopática especializada
  • Análise detalhada da mobilidade craniana
  • Avaliação cervical e postural global
  • Identificação das restrições primárias
  • Tratamento manual das tensões
  • Orientações personalizadas de posicionamento e estímulo

A osteopatia pediátrica atua justamente na liberação dessas restrições internas, permitindo que o reposicionamento passe, de fato, a funcionar.

Quantas sessões são necessárias quando o reposicionamento não foi suficiente?

Isso varia de bebê para bebê, mas na prática clínica observamos, em média:

  • Casos leves: 1 a 2 sessões
  • Casos moderados: 3 a 5 sessões
  • Casos mais complexos: 5 a 8 sessões

O número exato é definido somente após avaliação individualizada, com reavaliações constantes ao longo do tratamento.

Conclusão

Se você reposicionou a cabeça do seu bebê corretamente e mesmo assim não houve melhora significativa, isso não significa que você fez algo errado. Muito provavelmente, existem restrições internas (cranianas, cervicais ou posturais) que precisam ser tratadas. Nesses casos, o reposicionamento é importante, mas ele só passa a funcionar plenamente quando o corpo do bebê está livre para se reorganizar.

A avaliação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar compensações futuras e promover um desenvolvimento saudável e equilibrado.